Formação Itinerante de Professores de Dança chega ao Centro de Dança do DF 26/04/2018

Estão abertas até o dia 3 de maio as inscrições para a oficina gratuita “A Arte de Isadora Duncan – Formação Itinerante de Professores de Dança”, que será realizada de 8 a 11 de maio, das 10h às 13h, no Centro de Dança do Distrito Federal. Com 20 vagas voltadas a professores de dança e artistas interessados na formação de dançarinos, com no mínimo três anos de experiência, a atividade é conduzida por Fátima Suarez, dançarina e educadora em dança há quase 30 anos. A ação se desenrola em torno dos ideais e da filosofia de dança de Isadora Duncan (1877-1927), considerada a mãe da dança moderna. As inscrições, via formulário online, ficam abertas de 26 de abril a 3 de maio, para uma seleção curricular.

A “Formação Itinerante de Professores de Dança” acontece há 11 anos, na Bahia, e já circulou por cerca de 20 localidades, envolvendo mais de 1.500 alunos/educadores e criando uma rede de comunicação e troca de saberes. Neste ano, com patrocínio da Termonorte, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e realização do Ministério da Cultura (MinC), a iniciativa chega a outros estados. Além de Brasília (DF), passa por municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, integrando a programação extensiva da 10ª edição da Jornada de Dança da Bahia e o seu Fórum de Educadores de Dança. O evento, focado no desenvolvimento da educação em dança e numa programação artística que expresse o movimento da construção de dançarinos, é promovido pela Escola Contemporânea de Dança, de Salvador (BA), da qual Fátima é diretora e fundadora.

O objetivo desta formação, interessada na natureza criativa dos indivíduos, é qualificar profissionais e professores para o ensino da dança e fomentar o exercício de uma prática docente reflexiva e criativa. São abordados temas relevantes do campo da educação e conteúdos práticos relacionados à dança, como técnica, criação coreográfica e improvisação. Uma coletânea de textos é disponibilizada, além de outras indicações bibliográficas para aprofundamento do estudo.

Inspiração desta prática, Isadora Duncan é um ícone que revolucionou a dança do século XX. Considerada a precursora da dança livre, rompeu com os padrões do ballet clássico e concedeu à dança o seu valor como arte ao mesmo tempo sagrada e popular. Ensinar os fundamentos da sua obra é também tentar aproximar o indivíduo de si mesmo. Os participantes então realizam uma imersão nos seus próprios conceitos e encontram alternativas para o seu desenvolvimento. A dança moderna dentro dos fundamentos de Isadora cria pontes com uma perspectiva contemporânea e trechos de alguns dos seus trabalhos coreográficos são experimentados.

Apresentação e Tête-à-Tête – No dia 10, Fátima Suarez completa sua passagem em Brasília com uma apresentação, às 19h, e bate-papo, às 19h30, ambos abertos ao público e gratuitos.

O espetáculo “A Arte de Isadora Duncan” é uma mostra da obra da grande mestra, reunindo coreografias originais compostas entre 1900 e 1927 e atualizadas por Fátima Suarez e Lori Belilove, diretora artística da Isadora Duncan Foundation (Nova Iorque). Com teor estético, histórico, documental e pedagógico, possibilita ao público o acesso a uma importante parte da memória viva da dança produzida no Ocidente, além de conhecer o trabalho desenvolvido na Bahia pela única companhia especializada no repertório de Isadora Duncan de toda a América do Sul: a Contemporânea Ensemble.

No Tête-à-Tête, uma espécie de entrevista coletiva com a participação de outros artistas, teóricos e pesquisadores, Fátima poderá falar de toda sua experiência artística e docente, permeadas pelas atualizações do legado de Isadora Duncan.

Estas atividades compõem a linha curatorial “Dança e Memória”, que delimita as práticas da programação do Centro de Dança até meados de junho. Como a própria experiência coreográfica pode tratar da memória da dança? Como diferentes perspectivas históricas podem ser processadas no corpo, em imagens e em textos? Como a dança – enxergada exclusivamente em sua imaterialidade efêmera – pode implicar-se diretamente na história de seu país, indo além da “história oficial” narrada nos livros ou de danças sobre temas históricos, dando movimento aos seus próprios percursos? Como a coreografia pode ser entendida como um dispositivo de documentação e registro da experiência criativa na dança?

FÁTIMA SUAREZ – Dançarina e diretora da Escola Contemporânea de Dança, a qual fundou, em Salvador (BA), em 1990. Diretora do Mantra Centro de Dança e Arte Contemporânea. Graduada em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e em Ballet Clássico na Escola de Ballet do Teatro Castro Alves. Especializou-se em Dança Moderna e Coreografia na London Contemporary Dance School e no Laban Centre of Movement, ambos na Inglaterra, e na Martha Graham Dance School e Merce Cunninghamm Dance Foundation, em Nova Iorque. Ainda em Nova Iorque, conheceu a sua mestra na técnica de Isadora Duncan, Lori Belilove, estabelecendo um intercâmbio permanente entre ela fundação e a Escola Contemporânea de Dança. É professora certificada da Isadora Duncan Foundation e diretora do Contemporânea Ensemble, grupo que, desde 2012, desenvolve um trabalho com o repertório de Isadora. É coordenadora-geral da Jornada de Dança da Bahia, realizada há 10 anos, articuladora do Fórum de Dança da Bahia e aluna especial do mestrado da Escola de Dança da UFBA.